Significados que terapeutas ocupacionais atribuem ao raciocínio narrativo nos processos de avaliação e intervenção dentro das unidades de cuidados críticos

Resumo

O artigo analisa como um grupo de terapeutas ocupacionais em uma unidade de cuidados críticos atribui significado ao uso do raciocínio narrativo na avaliação e intervenção de pacientes com doenças crônicas. A pesquisa utilizou metodologia qualitativa com uma abordagem fenomenológica e uma amostragem não probabilística. As informações foram coletadas por meio da aplicação de entrevistas em profundidade com terapeutas ocupacionais que atuam em uma unidade de cuidados críticos. A partir dos diálogos, dos quais emergiram textos, que foram codificados, foram identificados temas, categorias e subcategorias que permitiram interpretar os dados coletados, a partir de uma perspectiva hermenêutica. Entre os resultados mais relevantes obtidos, pode-se evidenciar a importância atribuída por terapeutas ocupacionais de uma unidade de cuidados críticos à implementação do raciocínio narrativo e das estratégias que consideram a criação de contos e a narração de histórias nos processos de avaliação, intervenção e recuperação de pacientes com doenças críticas. Isso ocorre porque o raciocínio narrativo facilita o processo terapêutico ao permitir que os terapeutas ocupacionais compreendam o significado da doença e a influência do ambiente, fundamentando as ações terapêuticas utilizadas na avaliação e intervenção dentro dessas unidades. Como conclusão, é possível estabelecer que a aplicação do raciocínio narrativo e suas duas vertentes: a narração de contos e a criação de histórias são essenciais para a avaliação e intervenção de pacientes crônicos. Isso porque resgata a experiência do paciente, permitindo a expressão do cotidiano e reduzindo as barreiras socioculturais em um contexto biomédico.