Trabalho e outras atividades em asilos manicomiais: uma aproximação historiográfica

Resumo

Introdução: A literatura sobre história da terapia ocupacional assinala o fato de que ela foi precedida por um conhecimento construído a partir da administração de atividades, especialmente de trabalho, a pessoas em asilos. Objetivo: Identificar como, na terapia ocupacional latino-americana e no campo da história, tem sido estudada a questão do trabalho e de outras atividades em asilos manicomiais antes da profissionalização da terapia ocupacional. Método: Foi realizada uma análise documental em dois níveis: estudos de terapeutas ocupacionais na América Latina e estudos no âmbito da história em diferentes partes do mundo. Resultados: Os trabalhos de terapeutas ocupacionais valorizam os processos históricos de formação do campo profissional na América Latina. Eles abordam a temática de modo exploratório e trazem à tona questões que precisam ser aprofundadas; usam principalmente fontes secundárias e algumas análises baseadas em outras realidades. Tomando-se estudos no recorte disciplinar da história são levantados sete temas: relação entre trabalho e tratamento moral; relação entre capacidade para o trabalho e doença mental; adaptações e apropriações de modelos e propostas de trabalho em instituições psiquiátricas; modelos institucionais que incorporaram o trabalho dos pacientes; debates entre benefício econômico e terapêutico; significados atribuídos ao trabalho nas instituições; profissionalização na primeira metade do século XX. Conclusão: Este exercício abre possibilidades para a análise de uma prática pouco estudada e expõe sua complexidade e contradições. Também, mostra lacunas nos relatos sobre uso do trabalho e outras atividades nas instituições psiquiátricas latino-americanas, suas formas particulares e os conhecimentos e interesses em disputa que o moldaram.